“As lições de coisas, que são a glória da escola moderna e grande
manancial de conhecimentos; que são da maior importância para a formação do
espírito; são qualquer coisa que ainda não passou do campo da teoria para a
prática, ou que, se passou, apenas um pequeno número as compreendeu."
(p.278)"
Ramalho, A. (1909). Impressões sobre as
escolas de França e Bélgica e crítica da educação e instrução primária em
Portugal
As "lições de coisas",
tornaram-se uma bandeira e arma de arremesso da Escola Nova, alvo de acesos
debates sobre a sua aplicação, no ambito da educação activa e do ensino
intuitivo. No essencial as lições de coisas eram um processo (não chegam a ser
um método) que colocava o aluno em contacto com directo com "as
coisas", por oposição às lições meramente expositivas e doutorais do
professor. Integravam-se nas lições
de coisas as visitas de
estudo e excursões (muitas delas ao campo, para estudar flora, zoologia e
geologia) e os laboratórios de física e química, embora tenham sido ensaiadas lições de coisas na área da gramática, aritmética e
outras que não as das ciencias naturais.
As palavras de Ramalho acerca destas
"lições de coisas", ou pelo menos do espírito e doutrina educativa que nelas está presente, permanecem hoje bastante actuais, sendo que elas
parecem agora tão arredadas da prática como da teoria propalada pelos gabinetes
da 5 de Outubro... é que por mais lições de coisas que haja, há coisas que não entram em cabeças que nunca tiveram lições.
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