sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Elo perdido (2) de Ferrer à Voz do Operário, passando pela Escola Oficina nº1

Durante algum tempo centrei as minhas pesquisas em torno de Adolfo Lima, por desconfiar que este teria sido o eixo entre a Escola Oficina nº1 e a Escola Moderna de Barcelona de  Ferrer y Guardia. Adolfo Lima tinha-se destacado como professor na EO nº1 e passado pelos serviços educativos da Voz do Operário e revela um perfil que se adequava a estas ligações. Não foi tempo perdido, uma vez que Adolfo Lima continua a ser uma figura incontornavel da educação na primeira década do sec XX, mas não é de facto o elo que busco.
Essa tarefa coube a outra ilustre (e controversa) figura da época:  Emílio Martins Costa


Fica a nota bibliografia à laia de pista para futuras pesquisas

fonte:wikipedia
Emílio Martins Costa (Portalegre, no Alto Alentejo21 de fevereiro de 1877 – Lisboa17 de fevereiro de 1952 foi um políticoescritor e professor português originário numa família oriunda da burguesia liberal.
Corria o ano de 1896 chegou a Lisboa a fim de frequentar o então Instituto Industrial, onde procedeu à sua matricular no Curso Superior de Letras. Terá sido durante o período de estudante que adquiriu as preocupações sociais e intelectuais que marcariam as suas acções futuras no seu da comunidade, mas também uma experiência política e social que moldou o seu modo de actuar no futuro.
Foi em 1897 que entrou de forma decisiva no mundo da política ao assinar o Manifesto Académico Republicano, tendo também na mesma altura participado fundação do Centro Académico Republicano, ambos relacionados com a Maçonaria Académica.
Ainda como estudante fez corpo activo da Maçonaria Académica, passando daqui para a Carbonária Portuguesa.  Foi também membro activo da Loja Maçonica Montanha onde chegou ao grau de mestre.
Na literatura activa destacou-se entre várias actividades pela fundação do jornal “O Amigo do Povo”, que foi editado entre os anos de 1901 e 1903. Nesta publicação periódica, e sob opseudónimo de Demétrio, defendeu as suas ideias anarquistas e libertárias
Não tendo concluído os cursos onde se inscrevera, suspendeu a sua actividade de estudante e iniciou uma viagem por vários países da Europa, tendo viajado por FrançaBélgica e Suíça, locais onde esteve por vários anos, nomeadamente entre 1903 e 1909.
Quando esteve em França, foi secretário pessoal de Francisco Ferrer, tendo participado da criação da Liga Internacional para a Educação Racional da Infância. Esta actividade levou-o a ter a experiencia necessária para a quando do seu regresso a Portugal proceder a abertura de uma secção em Portugal dessa mesma liga (Liga Internacional para a Educação Racional da Infância de Portugal). Ainda durante a sua estadia em França foi colaborador activo dos jornais “Les Temps Nouveaux” e “La Révolution”.
Depois do sua viagem pela Europa, e já de forma definitiva em Portugal procedeu à sua integração no grupo de propaganda tido como anarco-sindicalista denominado “Germinal”, tendo também pela mesma altura dado iniciou a uma carreira docente, tendo dado aulas no Liceu Mouzinho da Silveira, na cidade de Portalegre, entre os anos de 1911 e 1913
Depois de sair desta estrutura de ensino deu aulas no Liceu Passos Manuel, na cidade de Lisboa entre os anos de 1915 e 1919. Daqui deu aulas no Colégio Estoril entre os anos de 1919 1921. A sua actividade como docente foi ainda exercida na Escola Comercial Ferreira Borges, local onde trabalhou por alguns anos, na Escola-Oficina n.º 1 e também na Escola Académica2 3 3 4 . Durante a sua vida lectiva, e relacionado com a actividade que exercia produziu vários trabalhos escritos sobre assuntos educativos, que fez publicar em diferentes jornais, nomeadamente: “A Manhã”, “Seara Nova”, “República”, “O Primeiro de Janeiro”, “A Pátria”, “A Voz do Operário”,Educação Social”, entre várias outras publicações de referência5 . Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Ámanhã6 (1909) e Atlântida7 (1915-1920). Durante este período de tempo procedeu a várias conferências sobre assuntos relacionados com a política de ensino, relacionadas com programas em uso e às metodologias aplicadas. 
Foi autor de várias obras ligadas aos seus ideais políticos, por ordem cronológica se podem referir como: o “Sindicalismo Independente” publicado em 1931, a obra “Aspetos Sociais da Orientação Profissional”, publicado em 1942, a “Filosofia Caseira - Pedagogias, Educações, Políticas e outras Curiosidades”, publicado em 1947.2
(...)
Perante a actividade politica e publicações feitas é possível afirmar que Emílio Costa, foi uma personagem a ter em conta no Movimento Socialista e no movimento libertário em Portugal.

nota adicional 


aqui
http://run.unl.pt/bitstream/10362/8421/2/Tese%20de%20Doutoramento%202012%20-%20Integral%20Versao%20III%2030102012.pdf
afirma-se que foi professor na Voz do Operário (nota 284)

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